sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A semelhança entre o Mar e as Lágrimas.





Se podemos escrever sem estar apaixonados, sem amar ?
Claro que sim! Podemos escrever sobre a paixão, sobre o amor, assim como tantos outros sentimentos e emoções...
Podemos falar da razão, objetiva ou subjetiva, sonhos, ilusões, desejos, vontades, fantasias, no mundo das palavras descrevemos o imaginário, elevamos, inventamos, criamos... assim como podemos revelar nossos segredos, assumir nossos fracassos,  fraquezas, compartilhar conhecimentos, pensamentos, verdades ocultas ... cabe tudo nas frases, letras, pensamentos, textos e até nas entrelinhas. E deixamos a mercê daquele que lê os caminhos do pensar...ponderar...aprender...ou simplesmente sonhar...
Muita coisa do que já escrevi sem duvida foi fruto de uma imaginação fértil, assim como há textos que traduzem com lucidez os fragmentos de lembranças remotas, textos onde escancarei verdades e abusei do privilégio, refúgio e desabafo de escrever.
Durante 14 anos guardei sentimentos, reprimi emoções e ações, e por tanto represar, o transbordar foi inevitável.
O acúmulo foi o cúmulo, e neste 14 de Novembro começei a compreender porque o sabor da água do Mar e das lágrimas são tão semelhantes...

No Mar está a Profundidade, os abismos e toda a extensão e vastidão das Águas, nas lágrimas, encontramos toda a profundidade, os abismos, a vastidão e a extensão dos sentimentos.
No Mar, a grandeza e a beleza da vida, nas lágrimas, a grandeza e a beleza das emoções.
No Mar a fúria, revolta, a devastação dos Tsunamis podem ser calculadas de acordo com a intensidade e a magnitude de abalos sísmicos, nas lágrimas a devastação causada e calculada com a intensidade e a magnitude da dor. 

Mas entre eles há algo de uma predominância unânime, o Sal, um elemento cuja a composição empírica é determinada pelo número de íons, e suas cargas positivas e negativas.
Talvez este seja o grande mistério pois conseguimos chorar tanto de alegria quanto de tristeza.



Rê Pinheiro

Um comentário:

  1. E que grata surpresa. Tanto sentimento remoido e trancado por 14 anos na sombra do esquecimento, um dia se revelar como um raro vinho velho! obrigado pelo convite à degustação! está fudidamente delicioso!

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