domingo, 30 de junho de 2013

terça-feira, 25 de junho de 2013

Muito além do além...





...e lá num mundo bem distante  vivia um menino, nascido de berço reluzente, dono de muitos encantos e receios, sua ternura era obscura, fundida pelo orgulho de sua exuberante majestade, jamais foi comum para os comuns, sua curiosidade de conhecer o mundo sempre perturbara até mesmo a Natureza, seu inquieto espírito jamais se deteve aos meros limites de seus olhos,  sentia que ele não cabia naquele lugar, o que fez buscar novos horizontes, e se aventurar em novas conquista, seu coração desejava conhecer...viajar... e se perder em outros mundos.
O menino então pegou seus sonhos, seus melhores desejos e toda sua ansiedade e levantou âncoras, saiu numa viagem onde os caminhos eram traçados apenas pelo mapa de suas emoções. Conheceu outros povos, novos mares, vislumbrou as melhores paisagens, e o pequeno menino aos poucos foi se transformando, crescendo e explorando, conheceu histórias, despertou paixões, se encantou e encantou outros corações... se perdeu e se reencontrou inúmeras vezes... mas sua alma sempre faminta não se detinha, e a cada nova Lua, novas rotas eram traçadas.
Até que num lugar de extrema beleza e singularidade, onde as montanhas quase se tornam mais altas que os nossos pensamentos ele observou um reflexo, uma luz intrigante e indefinida, que de imediato se pôs a seguir, não sabia o que era ou de onde vinha, mas seus instintos não permitiam recuar e a cada passo sua curiosidade se tornava ainda mais aguçada, foi quando ele conseguiu compreender que aquilo nada mais era que uma jovem menina em corpo de mulher, e neste momento retroceder já não fazia mais sentido e permaneceu a seguindo durante um bom tempo... 

Ele pelos cantos via seus sorrisos, suas palavras, seus gestos, ela conversava com os bichos, as plantas e até mesmo com o ar, pois é ela as vezes parava e olhando para o nada se punha a conversar com o vento, com ar e até mesmo com o céu. Ela era de uma esquisitice sem precedentes, mas havia algo em tudo aquilo que o cativava. E ali em meio ao montante de pensamentos desconexos ela o surpreendeu dando um baita cutucão. Ele surpreso não percebeu que nem o medo ela se permitia, mas era também guiada pela emoção e foi logo o convidando para entrar e conhecer todo seu pequeno e infinito Universo. 

Ele sem pensar muito foi entrando, aos poucos foi conhecendo, mas juntos foram conquistando o respeito, a amizade, o carinho aprendendo o significado daquilo que não desejamos perder. 
Porém mesmo com todo o conhecimento mutuo ele ainda não compreendia porque ela tanto conversava com coisas que não lhe davam respostas, como o vento ou o céu por exemplo e um dia ele não se conteve e perguntou:

Que maluquice é esta de conversar com o ar?
Ela sorriu e respondeu: Não estou conversando com o ar, mas sim com Deus!
Ele meio espantando e admirado prontamente, lançou aquele olhar de descredito e retrucou com a seguinte frase:

Não me diga que você acredita que ele existe?
Ela indignada, respondeu: Não me diga que você não acredita em Sua Existência?
Naquele instante ela foi bombardeada com as eminentes e pertinentes perguntas de alguém que mesmo sendo mais íntimo amigo, a conhecendo muito bem, não "acreditava" em algo que para ela tinha tanto sentido.
E eram estes os seus porquês:

"Deus serve a conveniência dos anônimos?
Deus serve quem com a miséria dos rostos anônimos?
Se Deus existe, que trabalho é este? de sofrimento de gente pura e inocente. Que trabalho é este? de impunidade e usurpação da felicidade alheia há distância do apertar de um gatilho.
Se Deus existe, porque é que quem faz o bem padece da dificuldade e quem faz o mal usufrui da facilidade?
Ou... Deus sou eu, és tu, é aquele e somos todos nós cada um per si. Deus é intuição? devaneio ou necessidade? É tudo e é nada? O bem, o mal?
Deus é sorte, destino, procura, ou ambição?
Ou... Deus poderá ser um cálculo matemático de equilíbrio entre o bem e o mal?
Deus tem uma equação?"


Ela parou e depois de pensar começou a responder:

Meu querido já tão necessário amigo, quero lhe dizer : Nossas dúvidas realmente são necessárias, todavia quando em excesso se tornam traidoras nos fazem simplesmente perder, o que muitas vezes poderíamos ganhar, seja pelo receio de arriscar, pela ignorância do não conhecer, ou pela ausência da simples observação.
Você poderá sentir Deus em tudo, ou optar por simplesmente em ignorá-lo, diante do labirinto de suas duvidas.
Acredito que a segunda opção seja a escolha dos medíocres, mas tenho certeza que até os medíocres alcançam o amor e compaixão de Deus.
Você, pode pensar que Deus é sorte, destino, procura, ambição, intuição, devaneio, que Ele esta na conveniência dos anônimos, pode até compará-lo a um cálculo matemático uma equação, e não compreender Sua "Obra"!

Eu sei que por muitas vezes a sensibilidade, a ínfima e efémera "inteligência" humana, muitas vezes não aceita, não compreende Este Deus que permite a dor o sofrimento de gente pura e inocente, ou a impunidade daqueles que fazem ou proferem a maldade. Lhe confesso que inúmeras vezes já chorei por sentir uma dor que não era minha, mas que doía tanto quanto.
Porém, particularmente acredito que a Sabedoria Dele é imensurável e para muitas perguntas nós meros seres humanos e desumanos, iremos permanecer nesta "ignorância", pois mesmo tendo todas as respostas, todas as provas, ainda assim haveriam aqueles que não acreditassem, já que por mais que Ele nos dê gratuitamente a dádiva da vida e mesmo assim queremos Prová-lo, ousamos em duvidar de Sua Existência, de que adiantaria a tal constatação? Fazendo uma analogia, muitos preferem atribuir a Ciência nossa criação, a meu ver abominável esta concepção que somos nada além que uma mera evolução de um macaco, não aceito que somos apenas matéria ou parte da Natureza.
Porventura não há um fundamento para nossa Criação? Claro que há!
Nada surge ao acaso, todos possuem uma missão, todavia alguns conseguem compreender o real sentido de existência, outros apenas passam por este mundo aprendem, ensinam, erram, desaprendem, trabalham, lutam, deixam saudades, magoas...
Encontramos pessoas, amores, amizades, alguns deixarão seu legado, outros deixarão uma estória, fato é que sempre ficará um pouco de nós aqui, um pouco do fomos, do que contamos, passamos, realizamos, conquistamos, perdemos...
Você meu querido para sempre, que tanto questionou sobre Deus, o que deixará? Saudade...verdade...simplicidade...humildade... ou incredulidade..?
Acredite, todos temos a nossa ignorância, e eu mesma por um tempo não acreditava na existência de Deus, levou muitos anos para alcançar uma primeira resposta, um mínimo sinal que fosse, e hoje após anos eu observo quão egoísta e solúvel fui.
Não conseguia ver Deus em seus sutis e sublimes detalhes, não alcançava sua presença, e atribuía os acidentes ao destino e escapar com vida deles como sorte. Profunda e profana esta ausência de fé, esta falta de sensibilidade e diria humildade.
Levei anos, e também tive que viajar e atravessar minhas próprias montanhas para compreender o que sempre esteve diante de meus olhos.
Para sentir Deus é preciso realmente desejar de todo coração Senti-lo, mas você jamais irá sentir se primeiro não conseguir acreditar.
É simples façamos a nossa parte e Ele fará a Dele.
E por um momento aquele menino que já não era mais um menino começou a relembrar de todos seus caminhos, vieram em sua mente lembranças que até mesmo haviam se dissipado com o tempo, suas recordações lhe trouxeram algumas verdades, lembrou de suas terras, de 3 grandes reis que foram seus amigos e tudo que até então já havia passado no passado, mas mesmo toda a vastidão de seu arquivo aberto de memórias, não foram capazes de diluir suas duvidas, porém naquele momento ele sabia que algo novo estava acontecendo, não sabia ao certo o haveria de vir, mas sentia como que por Divina Inspiração o alarde de boas novas inundando seu coração.

Muitas histórias possuem um final feliz ou não!
Nesta em especifico não darei um fim, permitirei que sua imaginação assim a crie invente ou reinvente... 
...e que se for este o seu desejo que infinito seja...

Felicidades...hoje e sempre...

Beijo
Rê Pinheiro