terça-feira, 16 de julho de 2013

O AMOR TRIVIAL









O que sufoca é o silêncio de tudo que não foi dito, são aquelas conversas sem nenhum preâmbulo, explicação, ou definição, onde nosso coração grita, mas nossa mente teima no faz de conta de não querer escutar... e tudo que prevalece é a ausência de um fim, e permanência daquele espaço oculto indistinto, onde as palavras não atingem seu real objetivo.

Definir o indefinivél certamente não é algo fácil, mas permanecer com estas amarras invisíveis, lascivamente dolorosas, é como percorrer tentando buscar o equilíbrio estando nas margens entre caos e o paraíso.

Estarei a beira de minha demência? Pois mesmo sendo algoz, me perco no alento e não me permito sucumbir aos anseios! E lhe digo sim, mesmo assim eu gostaria de mais doses elevadas diárias de ti, e um pouco de tudo, e de todo aquele pouco que me pertencia. Quero de volta aquele seu olhar desconcertante e do desperdício deste vício que rege e consome meus instintos.

Não é digno dizer eu te amo, sem realmente amar, e percebo que muitas vezes faltou-me a tal dignidade, não pelo não amar, mas pelo amor na visão de um olhar qual apenas eu poderia enxergar, nesta altura da vida me observo quão egoísta fui e somos.

Mas acredito que ainda prefiro o egoismo ào descuido de um amor, aquele tipo de gente que se empolga, e empolga, lança sobre ti todos os efeitos e defeitos dos artefugios da boa e velha arte da conquista, mas quando atinge seu ápice o alge visceral de um platônico terreno, alça âncoras e segue mar afora em busca de outros "amores", "novas paixões"transformando sentimentos num mero parque de diversão, onde apenas uma única pessoa se diverte, e verbalizando a coisa, isso se resume ao velho e infimo amor trivial.




Beijos
Rê Pinheiro

2 comentários:

  1. Nenhuma diversão ou sentimento egoísta de auto-diversão explicaria ferir um coração de tal magnitude com tais dores. E verbalizar ou não jamais fará diferença no sentimento que se carrega no fundo da nossa alma. Porque não temos sobre isso o menor controle, nenhuma gestão. Somos egoístas em essência, e perigosamente amantes profundos, etéreos, desprendidos da realidade. Gostamos de fazer a viagem, ficar horas como que absorvendo a sensação, os aromas, os ventos em nosso rosto, até o sol ganha repercussão. Amar é assim. Divino. Seriam apenas os ditames da serotonina em contrariedade à cortisona? Amar é sempre digno. Querer a repercussão do amor talvez não. Porque nossa alma vagueia por este limbo lotado de energias, onde fica muito complicado prestar atenção a tudo que nos cerca, nem sabemos o quão profundos são os efeitos de cada palavra, de cada olhar, de cada gesto. As atitudes, dizem os covardes, são as formas de comunicação dos corajosos, mas o amor verdadeiro a tudo isso ignora, ri disso, pois que sublime a tudo, sublimando o todo. Sempre. Verbalizar não é fundamento do amor, amar é.

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  2. UAU!!! SIMPLESMENTE ISSO!!!

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